Viagens e Aventuras

Trekking na Ilha Grande

Mais uma chance para viajar e lá fomos nós, mochila nas costas e um destino escolhido – Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro. Esse paraíso tem muito mais para oferecer do que praias espetaculares. A Ilha foi palco para diversas histórias interessantes, como casos de piratas, tribos canibais, presídios e nomes famosos como Graciliano Ramos, Hans Staden e D. Pedro…

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Eu e a minha amiga Elque passamos quatro dias na Ilha e somente no último dia não fizemos trilhas, percorremos mais de 30 KM dentro dos caminhos da Ilha Grande, alguns deles foram usados por contrabandistas de escravos e piratas durante os séculos XVI e XIX. Belas paisagens, histórias e lendas reunidas em um mesmo lugar.

Chegamos cedo na Ilha, fomos por Mangaratiba. Para chegar até lá partimos da Rodoviária Novo Rio (no Rio de Janeiro) com o ônibus da viação Costa Verde. O ônibus nos deixa em frente a estação das barcas que fazem a linha Mangaratiba-Ilha Grande. O horário é uma coisa complicada, a barca sai às 08:00 da manhã, para estar lá neste horário é preciso pegar o ônibus que sai do Rio às 05:00 da manhã… É vida de aventureiro não é mole!

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A barca leva 1h e 50 min para aportar na Vila do Abraão, é normal que ela balance bastante, por isso tenha cuidado com o que você vai comer antes. Algumas pessoas – principalmente as crianças – passam mal com facilidade. Depois de balançarmos por quase duas horas chegamos a Vila do Abraão. Abraão é o vilarejo com maior concentração de pessoas na Ilha Grande. Tem um bom comércio, muitas opções de hospedagem e restaurantes/bares. Mas não tem caixas eletrônicos ou bancos – cuidado com isso. O comércio costuma aceitar cartões sem maiores problemas.

Ficamos hospedados num camping chamado “Cantinho da Ilha”. Lugar com um bom clima e bem organizado. Tínhamos banheiros compartilhados, cozinha com tudo disponível, tv a cabo, churrasqueira, bebedouro, lockers e segurança com câmeras. Pagamos apenas R$ 15,00/dia cada um. Eles também tem suítes para quem não quer acampar.

Montamos a nossa barraca. Arrumamos as coisas e já fomos planejar nosso primeiro dia de trilha. Destino: Circuito do Abraão e Cachoeira da Feiticeira. Logo que você desembarca em Abraão é possível ver no meio da rua um grande mapa com a marcação das trilhas e suas respectivas distâncias e tempos de percurso. Muitas trilhas são simples e algumas precisam de uma atenção especial, pois não estão tão bem conservadas. Um aviso: caminhamos durante 3 dias pela ilha e não encontramos cobras, contudo muitas trilhas estão repletas de grandes lagartos, que chegam a medir uns 50 cm e assustam quando correm no meio da mata, mas eles são inofensivos.

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1. Circuito do Abraão e Cachoeira da Feiticeira

O circuito do Abraão é uma trilha que pode ser feita por pessoas sem experiência nenhuma, é simples, bem aberta e não vai muito longe. Os destaques nesta trilha são as ruínas do Lazareto, o aqueduto, o poção (piscina natural) e a praia Preta, com suas areias brancas e pretas – vestígios de minério de ferro trazidos pelos rios.

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O Lazareto foi construído em 1886 para ser uma colônia para tratamento de doentes de cólera e outras doenças que chegavam ao Brasil em navios, funcionou durante 28 anos e dizem que atendeu mais de 4000 navios. Navios negreiros e navios normais deixavam seus doentes por lá. Posteriormente ele se transformou no primeiro presídio da Ilha Grande, chegando a ter uma lotação de 2000 presos, a capacidade original do Lazareto era para 500 pessoas. Atualmente resta pouca coisa do prédio, podemos ver algumas galerias de celas, muros e os restos de um longo pier que existia na frente do prédio. D. Pedro II ficou preso no Lazareto durante o período antes de sua ida para o exílio.

Para abastecer o Lazareto com água foi construído, em 1893, um aqueduto de 125 metros de comprimento que desviava a água do córrego do Abraão. Essa obra está de pé até hoje.

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Passando por baixo do Aqueduto seguimos a trilha para a Cachoeira da Feiticeira, que acabamos não encontrando. Chegamos até a cabeceira do rio que forma a cachoeira, mas por total falta de sinalização não sabíamos que deveríamos subir o rio até a cachoeira, acabamos parando mais abaixo dela e aproveitando umas piscinas naturais. Essa trilha para cachoeira da Feiticeira/Saco do Céu está muito mal sinalizada. Diversas indicações levam o caminhante a seguir em direção a Praia da Feiticeira, onde existe um serviço de “taxi boat” que faz o retorno para a vila de Abraão por R$ 10,00. A prai da Feiticeira é pequena, com águas tranquilas e claras. Compensa a visita.

Voltamos para Abraão de barco. Saímos para jantar em um dos restaurantes da praça (próximos da Igrejinha) e depois de uma volta pela cidade para ver o que o comércio nos oferecia voltamos para o camping, hora de descansar, o dia seguinte seria o mais pesado da viagem.

2. Dois Rios (presídio de Ilha Grande) e Caxadaço

Esse foi o dia mais pesado de trekking, ficamos fora do acampamento por cerca de 11 horas seguidas. Andamos por uns 20 Km ou mais, grande parte deste trajeto sob o sol.

Acordamos por volta das 06:30 da manhã, tomamos um banho, nos arrumamos e fomos pra padaria onde sempre tomávamos o café da manhã – um local simples em frente ao cais turístico do Abraão. Apesar de simples a padaria tem um bom misto-quente de pão francês e um café sempre no ponto. Tomamos café, compramos umas garrafas de água e pedimos informações a alguns moradores para saber exatamente onde ficava a trilha para Dois Rios. Na verdade não existe uma trilha para Dois Rios, caminhamos pela estrada de terra que liga Abraão a vila de Dois Rios, onde fica o antigo presídio de Ilha Grande e um núcleo de estudos da UERJ – aliás os únicos carros que trafegam na ilha são os da UERJ e da PM.

A caminhada por esta estrada é longa e cansativa, a falta de vegetação expõe o caminhante ao sol, o que desgasta ainda mais. Durante a ida atente para uma trilha que começa do lado direito da estrada, junto de um bambuzal, esta trilha corta um bom pedaço da estrada e sai ao lado da Piscina dos Soldados, uma piscina natural usada pelos soldados do presídio para se refrescarem do calor da ilha.

Pouco antes de chegar na vila de Dois Rios existe uma placa do lado esquerdo da estrada marcando o início da trilha do Caxadaço. A vila de Dois Rios é hoje um campus da UERJ, não é permitido o camping no local. Ao chegar em Dois Rios é necessário de identificar junto aos vigilantes do local, informando o seu destino, identidade, nome, hora de entrada e, ao sair, a hora de saída. Existe um bar no local que vende bebidas e almoço.

A grande atração de Dois Rios são as ruínas do Presídio de Ilha Grande, também conhecido como Dois Rios, Cândido Mendes e Alcatraz Brasileira. Pouco, muito pouco mesmo sobrou do presídio, resta basicamente o portão de entrada e uma ou outra edificação, nenhum dos pavilhões está de pé. Todos foram implodidos na desativação da unidade. O museu do cárcere, instalado dentro do que restou da padaria do presídio, expõe fotos, relatos, armas usadas em rebeliões, uniformes e cartas de presos e facções criminosas – vale a pena a visita. A entrada é gratuita.

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A praia oceânica de Dois Rios costuma ficar vazia, já que não existe transporte pra região. É um dos locais para prática do surf na Ilha Grande.

Voltamos pela estrada e pegamos a trilha para o Caxadaço, uma pequena baía de águas transparentes que era usada como porto para os navios negreiros que traziam escravos para a fazenda de Dois Rios. Muitos trechos desta trilha estão calçados por pedras, trabalho dos escravos para facilitar a locomoção dos que chegavam até a fazenda. A trilha do Caxadaço é muito mal sinalizada além de ser cansativa. Recomendo apenas para quem tem mais experiência. Até por que durante o nosso retorno eu me confundi e acabamos ficando uns 5 minutos fora da trilha, o que para uma pessoa sem experiência pode gerar uma situação de pânico e acabar com as chances de orientação. Essa trilha está repleta de grandes lagartos, animais comuns nas trilhas da Ilha Grande.

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Saímos do Caxadaço e seguimos a estrada de volta para Abraão, chegamos por volta das 19:30… Nós começamos a trilha às 07:40 da manhã… Cerca de 12 horas de caminhada. Se for fazer este percurso planeje bem a quantidade de água e comida na sua mochila.

Quando chegamos em Abraão fomos direto tomar um sacolé e depois comer uma pizza, não tinha como fazer mais nada, era só tomar banho e dormir, exaustos.

3. Palmas, Mangue, Pouso, Lopes Mendes e Santo Antônio

Mais um dia de trilha, neste dia eu segui sozinho, pois a Elque não se sentiu bem e desistiu do percurso logo no início. Segui a trilha que sai do canto da Vila do Abraão (Praia da Júlia) em direção a Enseda de Palmas, um lugar de águas tranquilas que era usado como porto por piratas e contrabandistas que navegavam nas águas da região.

Chegando em Palmas eu aproveitei para dar um mergulho e refrescar um pouco. Depois disso continuei a caminhada rumo a praia de Mangue e Pouso (de onde partem os barcos que voltam para Abraão). As praias estavam praticamente vazias, poucas pessoas estavam erm Mangue e Pouso, a concentração maior estava no camping de Palmas. As trilhas são bem sinalizadas e no final da Praia do Pouso o visitante tem duas opções de caminhos para Lopes Mendes, uma delas é a trilha tradicional que é um tanto quanto puxada e dura uns 40 minutos (essa trilha vai também para Santo Antônio) e a outra opção é pegar a trilha para o Farol dos Castelhanos, que sai do final da praia. Por esta trilha dos Castelhanos é possível chegar até Lopes Mendes, mas ela cruza uma área com presença de jacarés, portanto fique atento.

Eu fiz os dois caminhos, fui duas vezes até Lopes Mendes. Na primeira pela trilha normal e na volta entrei na bifurcação para Santo Antônio, uma pequena praia ao lado de Lopes Mendes que pode ser uma ótima alternativa quando o caminhante deseja fugir do movimento de Lopes Mendes (em geral fica mais movimentado após as 11:00 hrs). Ao voltar para a praia do Pouso recebi a indicação de um barqueiro e segui pela trilha dos Castelhanos até Lopes Mendes novamente, sendo este caminho muito mais tranquilo (você segue por uma estrada em grande parte do percurso). Só cuidado com os jacarés!

Lopes Mendes é talvez a praia mais famosa da Ilha, sendo a principal para a prática do surf. Apesar das ondas é uma praia boa para crianças, pois ela é rasa. Você anda uns 5 ou 6 metros mar adentro e a água está nas pernas, principalmente nos cantos da praia.

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Para voltar até Abraão eu optei por pegar uma escuna em Pouso, são 45 minutos de viagem por R$ 10,00 – recomendo. Chegando em Abraão fui tomar um banho e comer alguma coisa, apelei e fiz um miojo na cozinha do camping mesmo, estava sem paciência para sair. A noite fomos tomar um sorvete e fazer umas compras. Comprei umas blusas e um guia de bolso da Ilha Grande, que mostra as trilhas e conta a história da Ilha e da mata atlântica na região.

4. Voltando pra casa

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Acordamos cedo, por volta das 06:00. Tomamos banho, desmontamos a barraca e formos tomar nosso último café da manhã na padaria. Saímos de lá e fomos pra fila comprar as passagens de volta, Acabamos voltando de catamarã e ao invés de Mangaratiba fomos para Angra dos Reis. A vantagem de ir para Angra é que de lá temos mais ônibus para o Rio. Caminhamos uns 15 minutos do cais até a rodoviária de Angra e às 11:00 estávamos embarcando num ônibus com ar condicionado rumo ao Rio de Janeiro. Terminava assim mais uma das nossas viagens. E essa Ilha vai deixar muitas saudades…

COMPLEMENTOS ÚTEIS

– Pirataria e Tráfico de escravos na Ilha Grande:
http://www.ilhagrande.com.br/pages/br_historia_03.html

– Linha do tempo da Ilha:
http://www.ilhagrande.org/Historia-Ilha-Grande/linha-do-tempo.html

– História da Ilha:
http://cachoeirapousada.sites.uol.com.br/historia/index.htm
http://www.litoralcostaverde.com/index.php?cidade=ilha_grande&
secao=historia

– Sites com informações sobre Ilha Grande:
www.ilhagrande.com.br
www.ilhagrande.org
www.ilhagrande.com
www.ilhagrandeon.com.br

Trekker, montanhista, mochileiro e ciclista. Pratica esportes outdoor desde 1990. Apaixonado por equipamentos, fotografia, viagens, ciclismo, cerveja e tecnologia.

17 Comentários

  1. Trip invejável, Mario. Ilha Grande está na minha lista há um booom tempo… quem sabe este fim-de-ano.

  2. Fala Lex, valeu. Uma dica, vai depois do fim do ano, no início de 2010. Fim de ano por lá tudo fica muito caro e a ilha fica muito cheia, perde um pouco da graça, pelo menos pra mim que curto uma certa paz.

  3. Super legal fiquei muito entusiasmado em participar de um evento como este nunca fiz trekking (ou melhor fiz mas percursos pequenos de 02 horas) mas, sou apaixonado por este esporte. Seu texto está muito esclarecedor. Pretendo começar por Ilha Grande estou me preparando fisicamente para isto. Um abração.

  4. Este lugar é muito show… e assim sucessivamente…

  5. Boas dicas! Bom texto! Parabens!

  6. Olá Mário, estou indo a Ilha Grande este final de semana, acha que este período por lá é mais tranquilo, pelo menos na pousada conseguimos um preço legal.Estou indo com umas amigas, queremos nos aventurar o que você me indica?
    Abraço!!!!

  7. Procure pelas trilhas:

    – Circuito do Abraão
    – Palmas, Mangue, Pouso e Lopes Mendes (nessa você anda bastante, mas pode ir ou voltar de barco)
    – Visite o Presídio de Dois Rios e a Praia de Dois Rios – caminhada longaaa mas vale a pena.
    – Veja os valores dos passeios de escuna/barco – vale a pena conhecer alguns pontos da ilha assim.

    Só não recomendo o Caxadaço e a trilha do Pico do Papagaio, pois são mais complicadas e exigem experiência em trilhas. Nós mesmos erramos na volta do Caxadaço e eu fiquei fora da trilha por uns 5 minutos…

    Obrigado pela visita e boa viagem!

  8. Olá Mario.
    Legal seu texto. Só achei que poderia ter mais fotos. Eu já fui até a cachoeira da Feiticeira e achei o caminho mal sinalizado, porém não foi difícil encontrar a cachoeira. No caminho para Dois Rios, existe uma trilha opcional que te faz cortar caminho e evitar grande parte das curvas da estrada principal. É uma trilha de subida que te leva direto até a curva da morte. Quando for da próxima vez, tente ir por ela.
    A respeito dos jacarés, eles cruzam a trilha? você chegou a ver algum?
    Abçs.
    Joaquim

  9. Olá Joaquim! Eu conheço a trilha que corta caminho para Dois Rios, ela desce pelo bambuzal, se é essa que você está falando! Quanto aos jacarés, eu vi um, mas não estava atravessando a estrada não! Mas eles devem atravessar, devido aos avisos ao longo do caminho! Abs!

  10. Oi Mário. Eu conheço essa trilha que fica no bambuzal. Não é essa a que me refiro. A do Bambuzal vai sair na piscina dos soldados, certo? A que me refiro é bem antes. Começa em Abraão. Você deve ir por umas ruas, acho que Rua da Assembléia ou das Flores, no fim delas, sai numa subida com trilha no meio de árvores e pouco visível, porém as árvores são distanciadas. Você sobe e faz um caminho reto até uma curva chamada “curva da morte”, onde dizem ter virado um caminhão com presos e vários deles morreram (essa curva já faz parte da estrada de terra onde passam os carros da Uerj e PM). Por esse atalho, você evita muitas das curvas da estrada principal e, dizem, economiza meia hora. Se você quiser, te mando uma imagem de um mapa indicando o atalho.
    Gostaria que você, como pessoa mais experiente, me indicasse um tênis ou bota para uma caminhada longa e acidentada (treckings e hikings). Gostaria de indicação para duas marcas. Uma de boa qualidade e outra custo benefício.
    Obrigado
    Joaquim

  11. Joaquim é essa mesmo que eu estava falando, a que termina na piscina dos soldados, essa que vc citou eu não conheço! Me manda a referência sim, se possível, mande para blog @ marionery.com (só remover os espaços). Quanto a indicação de botas, eu uso duas marcas nacionais, a Nomade e a Snake, boas botas com ótima durabilidade e na minha opinião bom custo benefício, a minha Snake por exemplo tem uns 5 anos (a Nomade também) e elas ja entraram em rio, pegaram lama, areia de praia e a Snake Alpinist já fez até aproximação em alta montanha, chegando aos 5300m, sem grilos! Recomendo ambas. Da Nomade eu uso uma Titã, mas as de couro deles são bem legais também! Abs!

  12. Oi Mário.
    Achei esse link que explica melhor o atalho que leva até a curva da morte: http://www.webventure.com.br/trekking/n/trilhas-da-ilha-grande—nivel-intermediario/18570?pag=4

    Abç
    Joaquim

  13. Sinto informar que as Ruínas do Presídio já não existem mais. Estão criando um museu lá. Está tudo pintado e arrumadinho. Acho que vacilaram em não deixar uma parte como era o presídio, pois isso era uma grande atração. Me decepcionei em minha ultima expedição, ao chegar a Dois Rios e não ver as ruínas como gostaria de ver.

  14. Que absurdo !! É uma pena saber que nenhuma ruína foi preservada. O correto seria ñ ser demolido, pois muita historia se perdeu com isso.

  15. Elque Silva,

    Na verdade não foi demolido, e sim reformado. As paredes foram pintadas e estão reformando por dentro. Não cheguei a entrar no museu, pois quando cheguei em Dois Rios, ele ja tinha fechado, mas entrei no pátio principal. Nem dá mais pra reconhecer que aqui foi um presídio um dia. Por isso que acho que perdeu a “magia”. Tinha que ter preservado as características de um presídio, as celas e dentro delas sim fazer as galerias do museu.

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