Tutoriais e Técnica

Não esqueça de nada!

Organizar os equipamentos antes de uma viagem é uma atividade que causa dores de cabeça para algumas pessoas, principalmente aquelas com pouca experiência. Frases do tipo: “tem muita coisa aqui, não cabe na mochila!” ou “será que eu levo isso??” ecoam na cabeça dos novatos.

Será que eu levo o meu travesseiro de estimação?

Muita gente coloca coisas demais na mochila e muitos itens inúteis. Isso me lembra uma história: certa vez antes de sair para uma travessia Petrópolis-Teresópolis com a minha antiga tropa de sêniors e guias eu resolvi dar uma geral na mochila de cada um e retirar as coisas que não eram necessárias. Por mais que eles estivessem com checklists do material sempre tinha uma ou outra coisa para sair… Em uma das mochilas eu cheguei a retirar 3 sacolas de supermercado cheias de coisas desnecessárias, tinha mais roupa ali do que na minha cargueira que eu usei no mochilão de 40 dias pela América do Sul…

Existem métodos para organizar o material que vai pra dentro da mochila, não estou falando do modo com que eles devem ficar arrumados dentro dela, mas sim da organização antes de colocá-los lá dentro. Essa organização ajuda a evitar esquecimentos e a visualizar melhor o volume de equipamento que está sendo separado. Eu costumo usar uma combinação de dois métodos: um checklist e a separação em grupos de forma que cada grupo fique visível, para tanto a melhor coisa é separar os equipamentos em cima da cama ou de outra área onde a visualização seja rápida e fácil, como o chão da sala ou do quarto.

Dividir para visualizar!

Se você agrupar o material sem diferenciá-los terá um monte de equipamentos e não será capaz de dizer se algo ali no meio é útil ou não, contornar este problema é simples! Divida os equipamentos em grupos, por exemplo:

– Material de cozinha (panelas, talheres, pratos, fogareiro, isqueiro, combustível…)
– Roupas comuns (calças, bermudas, camisas, meias e roupas íntimas)
– Roupas especiais (montanha, mergulho, etc)
– Calçados (botas, tênis, chinelos, etc)
– Comida e água
– Material de higiene e primeiros-socorros
– Material de foto-vídeo (câmeras, tripés, baterias, pilhas, memórias…)
– Acessórios (lanterna, bússola, mapa, canivete, GPS, óculos escuros…)
– Material de barraca (barraca, saco de dormir, isolante…)
– Equipos específicos (material de escalada, mergulho, etc)
– Extras (mp3, um livro, etc. Cuidado com os extras.)

Após separar os equipamentos em grupos sobre a cama ou no chão você será capaz de visualizar muito melhor as coisas e determinar se falta alguma coisa em algum dos grupos, isso acontece porque você não estará olhando para um monte de trecos misturados, mas sim para grupos específicos de itens, facilitando a tarefa.

Quando estiver montando o seu checklist vá separando os grupos já no papel, assim ao arrumar as coisas você separa tudo de forma organizada. Não existe uma lista de equipamentos universal, isso depende muito dos destino, tempo de viagem, atividades e afins. O melhor é partir de um checklist básico.

Outro método que funciona bem para separar as roupas é usar o que alguns chamam de “método do toque”.

– Opa, que isso, rapá! Eu sou trekkeiro espada!
– Calma, calma! Não é nada disso…

Basta ir encostando em uma determinada parte do corpo e separar os itens que são utilizados nela, por exemplo:

– Mãos: luvas e relógio
– Cabeça: bonés, gorros, óculos escuros…
– Pés: meias e calçados em geral
– E assim por diante.

O ruim desse sistema é que ele não dá conta de itens como o material de cozinha ou a barraca, portanto eu recomendo e prefiro o checklist e a separação em grupos.

Infográfico

infografico-mochila

[button link=”https://trekkingbrasil.com/wp-content/uploads/infografico-mochila.jpg” icon=”fa-arrow-circle-right” side=”left” blank=”true” color=”fe9510″ textcolor=”ffffff”]Abrir o infográfico em outra aba[/button]

 

Organizar os equipamentos é a melhor coisa a se fazer para evitar problemas com alguma coisa que ficou para trás e era importante (imagina se esquecem as varetas de armação da barraca) ou para fugir da necessidade de ter que usar uma cargueira da Archwood, última palavra em tecnologia de mochilas:

Piadas a parte, algumas coisas são importantes:

– Sempre coloque os objetos dentro de sacos plásticos. Muitos recomendam colocar um saco de lixo grande dentro da mochila e só então arrumar as coisas nela – eu não gosto dessa opção, principalmente por que muitas mochilas atuais tem acessos frontais, e esse saco só iria atrapalhar. Prefiro usar sacos de supermercado para separar as coisas. Aqui fica uma dica, escolha ao seu gosto: as roupas e comidas podem ser separadas por dia, em sacos individuais ou então agrupadas em um mesmo saco. Isto é, um saco com todas as roupas e outro com toda a comida. Em geral eu separo a roupa por dia e deixo a comida toda junta.

– Mantenha um anorak ou capa de chuva sempre em um local de fácil acesso da mochila, isso lhe salva durante um temporal inesperado. O mesmo vale para a capa de chuva da mochila.

– Não exagere no peso da mochila, existe uma tendência a querer encher a cargueira para que ela fique “mais bonita” – essa beleza vai lhe custar caro durante a trilha. O ideal é carregar no máximo 1/3 do seu peso.

– Água e pequenos petiscos que serão consumidos durante a caminhada devem estar sempre ao alcance da mão. Eu gosto de usar um camelback e para os petiscos eu recomendo uma pochete, colocada na frente do corpo, onde você pode levar barras de cereal, chocolate, canivete, bússola, remédios que tem horário para serem tomados, etc…

– Ajuste as alças e barrigueira da mochila, esses ajustes vão lhe poupar de grande dores nas costas e desgastes. Falando nisso vou deixar vocês com um vídeo mostrando esses ajustes:

Ahh sim, não deixem de conferir o post sobre organização de mochilas que o Blagus publicou no Blogus. Recomendo a leitura!

Boas aventuras!

Trekker, montanhista, mochileiro e ciclista. Pratica esportes outdoor desde 1990. Apaixonado por equipamentos, fotografia, viagens, ciclismo, cerveja e tecnologia.

11 Comentários

  1. Olá Mario!

    O infográfico e o post todo ficou excelente! Valeu por linkar

    fortes abraços

  2. O POST ficou muito show brother, vou passar essas dicas pro pessoas da minha equipe no proximo trekking, valeu.

  3. o post ficou muito bom! é minha 2ª vez no site, e vou ver se planejo meu mochilão pela europa (será que vale a pena?) para o final de 2011. o problema é que sou mulher, e acho sempre mais dificil viajar só com uma ou duas amigas no maximo, tanto pela segurança como pela familia (que não vai liberar tão facil :X)

  4. Seja bem vinda, Rebeca. espero que esteja gostando do que tem encontrado aqui. Pode ir tranquila com suas amigas, muita mulher mochila sozinha por aí, basta não dar mole com as coisas e ficar sempre atenta, em grupo é bem mais tranquilo, claro! Ainda mais na Europa.

  5. … Sensacional a Ultra-Mega-Power-X Backpack Z-Series kkkkk … vou mostrar pros meus amigos que acham que só é montanhista de verdade quem tem uma Deuter … alguns detalhes técnicos ajudam bastante mas marketing em excesso encarece demais o produto, além do mais é possível encontrar mochilas excepcionais por um preço bem Justo !

  6. Então Marvin, o marketing não tem participação tão grande nos valores, a culpa maior é dos impostos de importação brasileiros, que são cruéis demais. Todos os equipos importados sofrem muito com isso, independente de marca e tipo. Quanto a galera que acha que só que usa Deuter é que tem valor eu nem vou me dar ao trabalho de comentar isso, rsrsrsrs – non sense desse pessoal. Imposto, é isso que fode a nossa vida! Abração!

  7. … é verdade cara, esqueci do “detalhe” dos impostos, ainda assim acredito que a velha máxima deve prevalecer : defina o propósito da Mochila, relacione com seu peso x altura pra identificar a litragem, atente para os detalhes técnicos que possam fazer uma diferença efetiva … consulte o seu bolso e escolha entre as opções viáveis.

    Digo isso porque senti essa do marketing na pele, vi mochilas gringas caríssimas estourando cordelete, nacionais caras (mesmo sem a alta carga tributária) com encaixes malfeitos e costuras tortas … da mesma forma que ví nacionais mais baratas de excelente acabamento, e que não devem em nada pra uma gringa (por sinal a minha está nesse nível)

    Claro que quem pode investir R$ 600,00 terá um produto excepcional … mas meu investimento de R$ 300,00 é eterno e até hoje estou super satisfeito … bem confortável a ‘namorada’ !

    Abraço !

  8. Existe a questão do custo benefício de cada um também, essa é a questão mais complicada para debater. Eu entendo muito bem a questão de preço das mochilas gringas – além do imposto temos também a questão de desenvolvimento, design e criação de materiais específicos em alguns casos. Mas enfim, o que quero dizer é que cada um deve buscar aquilo que achar melhor para si levando em conta seu uso, benefícios e custos também, claro! E hoje eu vinha pensando nisso: louco esse povo que acha que uma super mochila faz de alguém um super atleta, a condição é dada pelo corpo e pela mente, o equipamento ajuda em muitos casos, mas não leva ninguém a lugar algum! :)) Abração!

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *